sexta-feira, 22 de maio de 2009

Felicidade

Quando eu tinha cinco anos de idade, minha mãe sempre dizia que felicidade era a chave para a vida. Quando eu fui para escola, eles me perguntaram o que eu queria ser quando crescesse. Eu escrevi na folha "feliz". Eles me disseram que eu não entendi a pergunta e eu lhes disse que eles não entenderam a vida.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Noite de chuva

A chuva caia e batia na janela do quarto onde ele estava deitado. Sem conseguir dormir, ele apenas observava as gotas escorrendo pelo vidro. Já era mais de onze horas da noite e ele ainda estava envolto em seus pensamentos. "Não... Eu não posso estar sentindo isso. Como assim? Será que é de verdade? Ou é apenas algo passageiro? Passageiro?? Claro que não! Algo passageiro não deixa tanta saudade assim... Tanta vontade assim. E eu aqui! Deitado, sem dormir e sem ela! Por quê? É, por quê?" E ele levantou de sua cama, pegou uma camisa no armário e saiu de casa correndo. Pouco importava se estava com calça de dormir e de chinelos, muito menos se estava chovendo. Só queria encontrá-la. Correu pelas ruas desertas por volta de vinte e cinco minutos, até que chegou à rua dela. E só então percebeu que sabia em que rua ela morava, mas não fazia idéia de qual era a casa. Não teve dúvidas, começou a gritar por toda a rua: - Mariana! Mari!! *** Sem conseguir dormir, ela apenas observava as gotas escorrendo pelo vidro. Já era quase meia-noite e ela ainda estava envolta em seus pensamentos. Tais pensamentos foram interrompidos por gritos vindos da rua. - Mari! Cadê você? Mariana!! Ela levantou o mais rápido que pôde, vestiu seu robe e foi em direção à sala. Chegando lá, deparou-se com seu pai de cara fechada. Ele a encarou e disse: - Você não vai sair pra falar com esse louco! *** Ele havia percorrido a rua toda gritando. Alguns vizinhos acordaram, e ele foi chamado de algumas coisas nada agradáveis. Porém, para ele nada importava. Não ligava de ser taxado como louco, muito menos de se molhar na chuva. Só o que queria era vê-la. Entretanto, não conseguiu encontrá-la e, entristecido, resolveu voltar para casa. Já estava andando no início da rua quando ouviu: - Gabriel!! Ele virou-se e a viu. Mariana caminhava em sua direção. - O que você faz aqui? - perguntou a garota. - Precisava te ver. - E era realmente necessário acordar todo mundo? - Eu não sabia qual era a sua casa... Foi a única saída que encontrei... - justificou o rapaz, abaixando a cabeça. - Enfim, o que você quer? - Eu? Er... Só queria... Ahn... Sabe, eu... - respirou fundo e continuou - Quando eu imaginei era tão mais fácil... Mariana sorriu e chegou mais perto. - Fala, Gabriel... - Eu... Eu te amo, Mari... Ela abriu mais ainda o sorriso e o beijou. Um beijo sincero. Molhado pela chuva e banhado de amor. Foi o melhor momento da vida dos dois. - Eu também te amo! Mas agora tenho que voltar para casa. Meu pai não quis me de deixar sair e eu tive que fugir pela janela. - Você fugiu por mim? - Ué... Você não veio até aqui, embaixo de chuva, por mim? Os dois sorriram, se abraçaram e voltaram para suas casas. Nunca foi tão fácil dormir. Ele sonhou com ela. Ela sonhou com ele.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cinco segundos

Cinco segundos. Passa tão rápido que nem ligamos. É normal ouvirmos "Ah... Faz agora! Não leva nem cinco segundos!". Porém, em algumas situações, cinco segundos parecem uma eternidade. Quando se está jogando futebol, por exemplo. O lateral cruza a bola para você. É impressionante como, em menos de cinco segundos, você é capaz de pensar em inúmeras possibilidades do que fazer com a bola: dominar no peito, cabecear para o gol, dar de voleio, ajeitar para quem está vindo de trás chutar. O mundo pára... Os cinco segundos parecem cinco horas. E o pior: na maioria das vezes, de tanto pensar, você acaba se enrolando quando a bola chega a você. Outra situação pode ser quando você esta junto de uma pessoa querida, na calçada, esperando uma oportunidade de aravessar a rua. Até que, em um dado momento, essa pessoa resolve atravessar. Cinco segundos! Quando você percebe, tem um carro indo na direção dela. Você entra em pânico. E os próximos cinco segundos são tão angustiantes que o carro, por mais rápido que esteja, parece estar em câmera lenta. Você lembra de muitas coisas que passou junto com essa pessoa, tem vontade de correr e pegá-la no colo, salvando-a. Mas, aí, ao final dos cinco segundos, o carro passa, a pessoa sobe a calçada do outro lado da rua e sua vida, tirando o susto, volta ao normal. E por que estou escrevendo sobre isso? Aposto que, em cinco segundos, você formulou uma série de hipóteses, no entanto, é mais simples do que parece. Tudo não passa de uma introdução para mais uma "situação de cinco segundos". A festa já estava pela metade quando ele, apoioado na parede, a observava dançando. Não desviava os olhos dela, até o momento que ela também o olhou. Seus olhares se viram um no outro. Cinco segundos! Um tempo que pareceu a eternidade. Ele não ouvia a música tocando. Não percebia o movimento das pessoas ao seu redor. Pouco lhe importava as luzes piscando no ambiente. Só conseguia ver os olhos dela em seus olhos. E, ao final dos cincos segundos, ela sorriu e virou-se para continuar a dança. Mas o rapaz teve uma certeza: ele foi dela por cinco segundos. E seria nos próximos cinco segundos! E nos cinco segundos depois! E nos infinitos cinco segundos que viessem.

domingo, 10 de maio de 2009

Mãe é Mãe!

Dia das Mães.

Um dia para todas as mães...

Eu deveria criar um dia só para a minha!

Se você acha que estou exagerando, é porque não conhece a Cecilia.

Mãe há 21 anos e viúva há 17, desde então cria seus dois filhos sozinha. E, mesmo sendo eu o filho mais velho, até hoje ainda não descobri como ela consegue isso. Talvez sejam duas ou três Cecilias ao invés de uma só...

A verdade é que, por mim e minha irmã, ela abriu mão de toda uma vida que tinha pela frente, fato esse que me faz sentir culpado, algumas vezes.

Mãe que me apresentou a Deus. E a Ele agradeço por ter me dado a oportunidade de ser filho dela.

Mãe que me apresentou o conceito e a prática do termo família. E, a todos os familiares, eu agradeço pelos momentos que estiveram ao lado dela.

Professora que me apresentou as letras, as palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas, e que se retirou da sala de aula, alguns dias, por ser mãe.

Mãe que me ensinou o que é caráter.

Mãe que me permitiu chegar onde estou hoje, mesmo sofrendo com meu jeito de ser, meio rebelde, um tanto quanto “sabe-tudo”, mas que, na verdade, só sabe ser um filho que precisa da mãe.

Mãe que aguenta meu humor sarcástico, pateta e, muitas vezes, sem graça (esse último eu herdei dela! Hehe).

Mãe que é mãe. A minha mãe! E disso eu não abro mão!

Não é a “mãeteiga”, nem a “mãezena”, nem a “mãeçaneta” (piadas dela! Eu disse que era sem graça!). É a MINHA MÃE!

Aquela para quem eu entreguei a barata.

Aquela de quem eu não queria me separar na hora de ir pra escola.

Aquela que eu, muitas vezes, infantilmente, falei que não permitiria que casasse de novo.

Aquela que, sem querer, botou na minha cabeça que sexta-feira é dia de cortar unhas. Mas as dos pés, só de 15 em 15 dias.

Aquela que eu me seguro para não chorar na frente, até hoje.

Aquela para quem eu ligo (a cobrar) para avisar onde estou.

Pelo que me lembro, sempre fui muito fechado, qualidade que não me permitiu expressar tudo o que deveria para esse exemplo de mulher.

Talvez me faltem palavras, porém nada mais é preciso dizer, além de:

Mamãe, te amo calado!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Trinta e uma vezes, sem juros...

Fato 1:
Semana passada fui surpreendido ao abrir o jornal Lance! e me deparar com a manchete "Torcedor é preso por fazer xixi". Na notíca, estava escrito que um torcedor foi detido por urinar no Maracanã, fora dos sanitários, após o primeiro jogo da final do Carioca.
Ontem, logo na saída da torcida do Flamengo, deparei-me com os "intocáveis" da polícia montada. O que me chamou a atenção foi a "bahuada" que os cavalos davam, sujando todos os arredores do maior do mundo.
Meu primo fez uma observação indiscutível em relação ao fato acima: "Os cavalos podem... com certeza são corruptos e estão metidos em mutretas, afinal, são da PM, né?"
Fato 2:
Um time que é campeão três vezes seguidas, emociona? Sim! Uma torcida que lota a arquibancada e empurra seu time, emociona? Sim!
Mas vi outra coisa, que pode parecer simples, mas que me emocionou bastante.
Ao termino do tempo normal, o torcedor tirou a camisa do Flamengo e ficou segurando na mão direita, de modo que o símbolo ficasse exatamente na palma. Antes de cada cobrança de pênalti, ele olhava para o símbolo e depois dava um beijo no mesmo. A cena se repetiu em todas as cobranças, até Bruno defender o chute de Leandro Guerreiro, fazendo o torcedor explodir de alegria.
Fato 3:
Fato 4:
Aqui no Rio, foi vice (de novo), mas, lá em SP, o Fogo conseguiu subir no pódio, como mostra a foto abaixo.
Fato 5:
Celular no Maracanã é a melhor coisa.
Serve pra você encontrar os amigos sem que precise ficar girando a camisa no ar. Serve para a sua mãe ligar, no momento mais importante do jogo, só para avisar que vai chegar mais tarde em casa. Serve também para os botafoguenses ligarem quando o time deles está em alta. Mas serve, principalmente, para eles NÃO ligarem quando o campeonato acaba!
Só que a melhor utilidade do celular no Maracanã é receber pequenos belos SMS's que te fazem rir nos momentos mais tensos do jogo! hehehe E em qualquer outro momento que você receba.
Fato 6:
Ô, tricolor! Pode esperar! O seu tri-vice vai chegar!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

S de Senna... S de Saudade

"1 de Maio de 1994, já se foram 15 anos. Já se foram 15 anos sem as belas manhãs de domingo. Se foram 15 anos sem o herói brasileiro. Não é um herói que veste uma armadura ou alguma capa, muito menos usa um elmo e nem é munido de superpoderes ou outras armas. Este herói, sobretudo, é um ser humano. Este usava um macacão vermelho com um capacete amarelo. Aahh, este possui sim uma arma, a mais tradicional delas: era um carro vermelho e branco. E este herói também possuía poderes, sim! O poder da superação, da garra, da coragem, da vontade de vencer! Este Herói, quando vencia, vestia verde e amarelo, e quando não estava no topo, também! Seu nome? Em sua identidade tinha como Ayrton Senna da Silva, mas, popularmente, este era conhecido por: AYRTON SENNA DO BRASIL! 15 anos sem o Ayrton. Naquele fatídico dia, nós descobrimos aquilo em que nunca acreditávamos: que os heróis também podem morrer. Naquele dia morreu um homem e nasceu uma lenda!" (Descrição da comunidade "Ayrton Senna" no orkut) Hoje, o capacete amarelo e o macacão vermelho já não são usados. A arma vermelha e branca já não é mais fabricada. As manhãs de domingo, por mais empolgantes que ainda sejam, não são como costumavam ser. Mas quantos não são os que acompanham Fórmula 1 até hoje por causa dele? Eu, Rafael, sou um. Quantos não são os que o têm como ídolo e exemplo a ser seguido? Quinze anos. Hoje, Senna dança valsa no céu. O traje de gala? Macacão vermelho e capacete amarelo. A música? Não pode deixar de ser o Tema da Vitória, introduzido pelos gritos de "Ayrton! Ayrton! Ayrton Senna do Brasil" do mestre de cerimônia. O príncipe? Para quê príncipe, se estamos falando de um REI? Senna não morreu... Está imortalizado em bilhões de corações. Mas uma coisa é certa, com o "S" de Senna, se escreve saudade...