quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Perguntas

Qual foi a melhor invenção do homem?
Uns dirão que foi o avião. Outros, que foi o computador. Ainda terão aqueles que vão defender o telefone. Para mim, foi o ponto de interrogação, e, quando digo isso, não me refiro à pontuação gráfica, mas sim à capacidade que adquirimos de fazer perguntas.
Imaginem quantas perguntas foram feitas para que o avião, o computador e o telefone fossem inventados. Além disso, todas as invenções humanas têm defeitos: o avião cai, o computador pega vírus, o telefone dá ocupado. Mas as perguntas, não! Toda pergunta é perfeita em si, não existe defeito; todas elas perguntam, sem correr o risco de não cumprir com seu objetivo. Perguntas caem do céu, como aviões, mas, no caso delas, isso é considerado bom; perguntas não são interrompidas por uma janela dizendo "Detectado um Cavalo de Tróia"; perguntas não fazem aquele "tututututututu" irritante dos telefones ocupados.
Tudo bem, concordo que existem vários tipos de perguntas, mas nenhuma delas têm defeito. O defeito está em quem pergunta ou em quem responde.
Existem perguntas fáceis: "Está com fome?", "Quem descobriu o Brasil?", "Qual é o seu nome?". Todas elas têm respostas simples e objetivas, mesmo que não devessem ter, como no caso do descobridor do Brasil.
Existem as perguntas difíceis, que se dividem em duas categorias. Na primeira categoria, estão aquelas que são difíceis de responder, mas que todo mundo sabe a resposta na hora que a pergunta foi feita: "Pai, de onde vêm os bebês?", "Quem era aquele cara te abraçando?", "Querido, você acha que eu estou gorda?".
Na segunda categoria de perguntas difíceis estão aquelas que não podem ser respondidas sem que o interrogado tenha um tempo para pensar e achar a resposta: "Qual é o nome todo de D. Pedro I?", "Qual é o seu maior defeito?", "Como é possível que o Toquinho ache fácil fazer um castelo com apensa cinco ou seis retas?".
Existem as perguntas famosas e que, por isso, não precisam que eu explique o que são: "Ser ou não ser?" de Shakespeare, "Pablo, qual é a música?" do Silvio Santos, "O que será que será?" de Chico e Milton.
Tantos outros tipos de pergunta serão deixados de lado por mim, como as perguntas idiotas (sempre respondidas com tolerância zero pelo nosso amigo Saraiva), com o objetivo de não deixar o texto mais extenso do que já está e finalizá-lo com o tipo que mais me preocupa: as minhas perguntas.
Esse último tipo tem me perseguido. Algumas das perguntas são expostas (com mais frequência do que deveriam, assumo): "Bianca, tem dinheiro trocado?", "Posso fazer a barba?". Outras ficam guardadas na minha cabeça, pois só eu posso responder. E ainda existem aquelas que ficam guardadas no coração, para serem feitas no momento certo, torcendo para não serem destruídas pela pior das invenções do homem: as respostas.
Mas isso é assunto para um outro dia...